A ansiedade é uma emoção considerada muitas vezes desagradável e que, sentida em excesso, afeta significativamente a qualidade de vida das pessoas. Desta forma, existe uma tendência para as pessoas procurarem aliviar rapidamente a intensidade da emoção com o objetivo de, por consequência, diminuir o sofrimento. Assim, algumas das estratégias científicas mais utilizadas em momentos de crise são a respiração diafragmática, o grounding e a visualização.

 

Respiração Diafragmática

 

A respiração diafragmática é uma respiração profunda realizada através da expansão e contração do diafragma. A técnica consiste na expansão do diafragma (barriga para fora) aquando da inspiração e da contração do diafragma (barriga para dentro) aquando da expiração. O racional por detrás desta técnica de respiração é a estimulação de uma resposta de relaxamento, através do equilíbrio da receção de oxigénio.

 

Grounding

 

O grounding é uma técnica que permite contactar a pessoa ao momento presente. O grounding pode ser realizado através da ativação dos sentidos ou da cognição, mudando o foco interno dos sentimentos de ansiedade para um foco mais externo. Algumas das estratégias são o passar algo que cause a sensação de frio no corpo, reparar nos detalhes visuais, auditivos, olfativos, gustativos ou táteis no ambiente circundante, fazer um sudoku ou puzzle e responder a questões associadas ao aqui e agora (por exemplo, “que dia é hoje?”, “onde estou?”).

 

Visualização

 

A visualização consiste na indução de relaxamento através da imaginação de locais, momentos ou situações já experienciados no passado que causaram emoções agradáveis como a felicidade e a calma. Nesse processo de imaginação, a pessoa deve evocar o máximo de detalhes e sensações para a estimulação de relaxamento real (por exemplo, imaginação da praia com o barulho e o cheiro do mar, a sensação de calor no corpo, a textura da areia).

 

Estas estratégias comportamentais são usadas para diminuir as sensações de ansiedade rapidamente, porém, devem ser treinadas em momentos de ausência de crise para aumentar a sua eficácia nos momentos de crise efetiva. Estas técnicas, apesar de, muitas vezes, eficazes na diminuição da ansiedade, não funcionam como tratamento da ansiedade. Isto é, a sua utilização não vai prevenir o aparecimento futuro dos episódios. Desta forma, em casos de ansiedade frequente e/ou intensa, é necessário o acompanhamento em psicologia e/ou em psiquiatria para o recurso a ferramentas de intervenção mais eficazes a médio e longo prazo.

 

Referências: Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: Intervenções Clínicas (Capítulo 5 - Regulação Emocional)