Cada psicólogo tem a sua abordagem terapêutica e, apesar dessa abordagem não ser a única identidade do terapeuta, permite seguir os princípios bases de intervenção através de um modelo válido, concreto, direto e coerente. Assim, a terapia cognitiva-comportamental é uma abordagem psicoterapêutica no meio de tantas outras abordagens (terapia psicodinâmica, terapia interpessoal, terapia centrada nas soluções…), que identifica padrões de comportamentos, pensamentos e emoções. O objetivo central da terapia cognitivo-comportamental rege-se por identificar o que está a manter as dificuldades, permitindo à pessoa criar oportunidades de mudança e, por conseguinte, diminuir os sintomas disfuncionais.

 

Por exemplo, a queixa de "sinto-me infeliz no trabalho" deve ser desconstruída através da análise de situações concretas. Assim, para a identificação de padrões potencialmente disfuncionais, é importante responder a estas questões com base numa experiência emocional que despoletou o sintoma - neste caso, infelicidade no trabalho.

• O que estava a acontecer antes? Por exemplo, "recebi um email a corrigir uma tarefa"
• O que é que eu senti? Por exemplo, "senti-me frustrado, triste e desmotivado"
• O que é que eu pensei? Por exemplo, "pensei que para aquela pessoa nunca faço nada bem"
• O que é que eu fiz? Por exemplo, "evitei aquela pessoa o dia inteiro"
• Quais as consequências dessa experiência? Por exemplo, "não quero ir trabalhar"

Na psicologia e, em especial, na terapia cognitivo-comportamental é essencial criar estes padrões, verificar se os mesmos estão a fazer um trato funcional ou disfuncional e, caso seja disfuncional, arranjar formas alternativas de alterar o padrão. Muitas vezes, estes padrões não são claros para as pessoas, sendo necessário primeiro identificá-los para, posteriormente, alterá-los. Neste caso, seria importante explorar e interpretar com a pessoa cada um dos domínios supramencionados, e verificar o que poderia alterar este ciclo de consequências negativas que aumentam os seus sintomas de tristeza, frustração e desmotivação.

 

Assim, de uma forma geral, a terapia cognitivo-comportamental é uma terapia centrada no presente e apresenta uma elevada taxa de eficácia para uma variedade de dificuldades. No entanto, o processo de mudança dos padrões disfuncionais é complexo e extremamente individual e requer ter sempre em conta as necessidades da pessoa.