Como ajudar alguém que está em sofrimento?

Escrito em 11 de outubro de 2024 • Por Andreia Ramos

Imagem simplista de Andreia Ramos de uma escada a simbolizar o apoio a alguém em sofrimento

Ninguém gosta de sofrer e ninguém gosta de ver alguém próximo em sofrimento. Quando alguém está a passar por um episódio depressivo ou a experienciar um ataque de pânico ou um episódio psicótico, por exemplo, os familiares e amigos acabam por também sofrer muito com a pessoa. Quando tal acontece, as pessoas têm tendência a sentirem-se muito preocupadas e ao mesmo tempo impotentes, sem saber o que pode fazer para ajudar. Desta forma, existem maneiras que podem aliviar momentaneamente os sintomas, tais como: mostrar preocupação, demonstrar apoio e incentivar a procura de ajuda.

 

Mostrar preocupação

 

Quando alguém se mostra mais triste, ansioso ou zangado, pode haver uma inclinação para não se questionar a pessoa em questão por variados motivos – para não tocar na ferida, para não invadir o espaço da pessoa e para evitar o desconforto de algumas destas interações. No entanto, o evitamento da interação acerca do que se pode estar a passar acaba por não ter efeitos positivos na pessoa em si. Assim, pode ser relevante mostrar a preocupação e incentivar a pessoa a falar caso necessite.

 

Demonstrar apoio

 

Uma pessoa em sofrimento pode tender a isolar-se das outras pessoas e a sentir-se sozinha. Assim, para as pessoas mais próximas pode ser importante demonstrar apoio através de algumas mensagens ao longo do dia, da marcação de algo que possa agradar à pessoa e demonstração de afeto, por exemplo. É importante lembrar que as pessoas em sofrimento não escolheram estar assim e que ninguém está imune a dificuldades emocionais. Desta forma, a empatia pela situação do outro e a demonstração de presença (física ou emocional) pode ajudar a aliviar a dor de alguém.

 

Incentivar a procura de ajuda

 

Ninguém pode obrigar ninguém a procurar ajuda psicológica e/ou psiquiátrica e, por vezes, pode ser muito difícil para as pessoas darem este passo. Apesar de dever ser sempre uma escolha da própria pessoa, as pessoas próximas podem incentivar à procura de ajuda (“eu estou aqui para ti mas pode ser importante também falares com alguém qualificado”, “quando quiseres dar o passo, eu posso ir contigo”, “se falasses com um psicólogo/psiquiatra, que características é que gostavas que ele tivesse?”).

 

O papel central das pessoas próximas não é de serem psicólogas, é de prestarem auxílio e demonstrarem que estão ali para apoiar. De qualquer das formas, é extremamente importante que não se invalidem as emoções de ninguém e que tentem compreender o que se pode estar a passar. Mais uma vez, ninguém quer sofrer e a invalidação emocional tem tendência a isolar cada vez mais as pessoas. A execução dos três exemplos acima mencionados, podem ser um impulsionador relevante para a pessoa sair daquela situação.