O exercício físico ajuda no tratamento de sintomas psicológicos?

Escrito em 19 de julho de 2024 • Por Andreia Ramos

Imagem simplista a simbolizar os benefícios do exercício físico na saúde mental

Há imensa literatura, desde a mais antiga à mais recente, a evidenciar uma associação positiva entre exercício físico e saúde mental. Muitos desses estudos científicos revelam que atividade física regular pode diminuir sintomas de depressão, ansiedade e stress. Para além disso, existem investigações que indicam que o exercício físico pode provocar melhorias na saúde mental tão positivas como a psicoterapia. Desta forma, a prática de exercício físico ajuda no tratamento de sintomas psicológicos. No entanto, é importante analisar estes resultados consistentes de uma forma cuidadosa.

 

Exercício físico como prevenção

 

Já há muitos anos que não se consegue dissociar a mente do corpo. Desta forma, o foco ativo na saúde física tem consequências positivas na saúde mental e vice-versa. No caso particular da prática de exercício físico, são verificadas inúmeras consequências ao nível dos neurotransmissores que ajudam na regulação e diminuição da frequência de emoções mais difíceis. Assim, trabalhar o corpo, ajuda a mente mesmo que o exercício física seja de menor intensidade (por exemplo, caminhadas).

 

Exercício físico como tratamento adjunto

 

Os tratamentos eficazes para dificuldades emocionais são a psicoterapia e a medicação. Apesar dos benefícios para a saúde mental, o exercício físico deve ser sempre combinado com as terapêuticas que apresentam evidência científica, aquando da presença de dificuldades emocionais mais significativas. A utilização do exercício como forma de tratamento pode aliviar os sintomas (nomeadamente, de depressão, ansiedade e stress), porém, pode ser uma visão muito redutora quando percecionado como um tratamento e não uma estratégia.

 

Particularidades de algumas sintomatologias

 

As dificuldades emocionais apresentam uma tendência a se alastrar para inúmeras áreas de vida da pessoa, podendo ser difícil a adesão a qualquer tipo de exercício físico (por exemplo, uma pessoa com depressão pode apresentar muita dificuldade em ir ao ginásio devido a sintomas como desmotivação, falta de sono, perda de prazer, entre outros). Desta forma, é importante uma avaliação especializada quando está presente alguma sintomatologia mais complexa. Nestas situações, caso faça sentido à pessoa, o exercício pode ser inserido de uma forma muito gradual e ajustada ao estilo de vida e características da própria pessoa.

 

O exercício físico ajuda a saúde mental, sendo especialmente útil na gestão de sintomas relacionados com o humor e com a ansiedade. No entanto, é importante notar que, apesar dos seus benefícios, pode haver uma dificuldade em determinados quadros clínicos aderirem à sua prática, devido às particularidades de alguns sintomas psicológicos. Assim, o exercício físico é uma ferramenta estratégica importante mas que deve ser adequada a cada pessoa, não devendo usada como forma de invalidar o sofrimento de cada um.