O que são os modelos psicoterapêuticos em psicologia?

Escrito em 23 de maio de 2024 • Por Andreia Ramos

Imagem simplista a simbolizar as diferentes abordagens psicoterapêuticas em psicoterapia

Os modelos psicoterapêuticos são abordagens da psicologia que compreendem a pessoa de uma forma específica e delineiam a intervenção de um determinado psicólogo. Há inúmeros modelos com evidência científica e os psicólogos vão-se formando nas abordagens do seu interesse, podendo seguir um ou vários modelos psicoterapêuticos (a chamada “abordagem integrativa”). Assim, pode ser importante para quem procura as consultas de psicologia, compreender qual é o modelo de intervenção do psicólogo e em que consiste a forma de tratamento. Há pessoas que se podem identificar mais com umas do que outras abordagens e o conhecimento acerca das mesmas pode permitir uma escolha mais concreta de psicólogo. Alguns exemplos de abordagens psicoterapêuticas são explicados resumidamente de seguida:

 

Terapia Cognitiva-Comportamental

 

A terapia cognitiva-comportamental é um modelo psicoterapêutico muito utilizado como base de intervenção. Como o próprio nome indica, refere-se à mudança de comportamentos e de cognições. É uma intervenção mais focada no presente do que no passado e centra-se na alteração de fatores que possam estar a manter o problema ou as dificuldades atuais.

 

Terapia Psicodinâmica

 

A terapia psicodinâmica tem a psicanálise de Freud como fundação, porém, responde a algumas das limitações da psicanálise tais como a duração do processo psicoterapêutico. É uma abordagem terapêutica com especial enfoque no passado, nomeadamente, na infância e em processos mentais mais inconscientes, com a intenção de os trazer para a consciência e modificá-los.

 

Terapia Humanística

 

A terapia humanística é uma abordagem centrada na pessoa que enfatiza uma relação terapêutica (relação entre a pessoa e o psicólogo) positiva, empática e genuína. Também é uma abordagem focada no presente e, como vê a pessoa com capacidades inatas de superar as dificuldades, é uma terapia não diretiva, recorrendo muito a escuta ativa e perguntas abertas.

 

Terapia Gestalt

 

A terapia Gestalt assenta na ideia de que as pessoas são melhor compreendidas dentro do seu próprio contexto e nas interações com o mesmo, procurando aumentar a consciência quanto às sensações físicas e emoções. É uma abordagem centrada no “aqui e agora” e procura a integração das experiências tendo em conta a mente, o corpo e as emoções.

 

Terapia Existencial

 

A terapia existencial é uma abordagem psicoterapêutica que tende a explorar preocupações filosóficas e existenciais como o significado da vida, a liberdade e a morte. É uma abordagem com foco no presente e pretende conceder um significado mais profundo à vida e, por conseguinte, encontrar um propósito para cada pessoa.

 

Existem inúmeras abordagens psicoterapêuticas com evidência terapêutica, cuja investigação comprova a sua eficácia em múltiplas problemáticas. Os psicólogos vão integrando novos modelos de intervenção com formação e leituras adicionais, dado que cada um deles apresenta inúmeros critérios e parâmetros muito específicos. No entanto, para além dos modelos acima descritos, existem muitas outras abordagens interessantes do ponto de vista de compreensão do comportamento humano (por exemplo, terapia familiar, terapia interpessoal, terapia narrativa) e muitas outras que se desenvolveram com base em modelos terapêuticos mais gerais (por exemplo, terapias de terceira geração, terapia dos esquemas, terapia focada nas emoções).