O que é a perturbação de pânico e a agorafobia?

Escrito em 3 de maio de 2024 • Por Andreia Ramos

Imagem simplista a simbolizar o medo causado pelo pânico e pela agorafobia

A perturbação de pânico é um diagnóstico atribuído por profissionais de saúde mental (por exemplo, psiquiatras, psicólogos) e engloba a experiência persistente e inesperada de ataques de pânico e a preocupação constante com futuros ataques de pânico e potenciais consequências. A agorafobia abrange o medo de estar em locais onde há a perceção de ausência de ajuda imediata. Em muitas situações clínicas, a perturbação de pânico e a agorafobia estão fortemente associadas, tendendo a agorafobia a amplificar o medo gerado pelos ataques de pânico.

 

Perturbação de pânico

 

Apesar dos ataques de pânico poderem fazer parte de inúmeros diagnósticos, na perturbação de pânico devem estar presentes os sintomas físicos (por exemplo, dificuldade em respirar, tonturas) e cognitivos (por exemplo, medo de morrer, medo de enlouquecer) do ataque de pânico. Adicionalmente, deve existir apreensão contínua quanto a futuros ataques de pânico e mudança de comportamentos para os evitar (por exemplo, ir sempre acompanhado a algum sítio).

 

Agorafobia

 

A agorafobia consiste no medo de determinados locais e situações tais como espaços abertos ou fechados, estar sozinho ou no meio de multidões, espaços públicos, pontes, túneis, elevadores e meios de transporte que, no geral, podem representar algum tipo de perigo e uma impossibilidade de ajuda imediata. As pessoas com agorafobia ou evitam por completo estas situações (por exemplo, não saem de casa ou mudam muito as rotinas para evitar as situações temidas) ou enfrentam-nas com elevado mal-estar e sofrimento.

 

Perturbação de Pânico com Agorafobia

 

Dada a combinação entre os ataques de pânico inesperados (“do nada”) e as situações temidas num quadro de agorafobia, bastantes pessoas com uma condição apresentam uma maior predisposição para a outra e, por conseguinte, existe uma maior comorbilidade entre os dois diagnósticos. Ou seja, a presença de ataques de pânico pode condicionar a pessoa a ter medo de situações como as temidas na agorafobia. Não obstante, esta relação não é linear e tem de ser avaliada de pessoa para pessoa.

 

O diagnóstico cabe aos profissionais de saúde mental. Apesar de os aspetos acima descritos poderem ajudar a perceber os próprios sintomas, a pessoa não está habilitada a identificar fatores adicionais que podem ser justificados por outras perturbações ou até circunstâncias de vida. A explicação da perturbação de pânico e da agorafobia podem ajudar e facilitar as pessoas a procurarem ajuda especializada (psicologia e/ou psiquiatria), sendo sempre necessário a confirmação do diagnóstico por um profissional da área da saúde mental.