Quais são as técnicas cognitivas usadas pelos psicólogos?
Escrito em 3 de junho de 2024 • Por Andreia Ramos
A premissa base das abordagens cognitivas indica que formas de pensar mais disfuncionais ou distorcidas podem causar e intensificar emoções ou comportamentos mais disfuncionais. Desta forma e tendo em conta o peso dos pensamentos e da forma de pensar, a psicologia que assenta em bases cognitivas tem como objetivo identificar pensamentos e bases do pensamento mais disfuncionais, de forma a alterá-las. Assim, as pessoas devem conseguir relacionar emoções mais intensas (como a ansiedade e depressão), a pensamentos automáticos que estão a ter naquele momento (por exemplo, “não aguento esta ansiedade”, “não consigo superar isto”). Para promover a sua alteração, existem inúmeras perguntas e análises a ser feitas em contexto de terapia, tais como:
Custos e benefícios de pensar dessa forma
Um pensamento é, muitas vezes, constatado como um facto que é real e inquestionável. Muito do processo psicoterapêutico implica um questionamento dos pensamentos automáticos, permitindo um distanciamento emocional dos mesmos. Uma das estratégias cognitivas prende-se pelo reconhecimento de custos e benefícios de pensar de uma determinada maneira. Por exemplo, o que é que o pensamento “ninguém quer saber de mim” traz de positivo e de negativo para a pessoa.
Perspetivas de outras pessoas
Muitas vezes, as pessoas podem estar sobrecarregadas de emoções aquando da experiência de determinados pensamentos, acabando por adotar um discurso autocrítico e gerador de inseguranças. Em algumas situações, pode ajudar questionar quanto à forma como as outras pessoas podem interpretar o mesmo evento. Usualmente, há uma tendência para discursos mais autocompassivos com os outros.
Pensamentos alternativos
Os pensamentos alternativos visam promover pensamentos mais realistas e livres de distorções ou erros de pensamento. O objetivo é analisar que pensamentos são mais benéficos para a pessoa (os pensamentos disfuncionais ou os pensamentos alternativos), promovendo um discurso interno mais compassivo, seguro e empático com a própria pessoa.
Existem inúmeras formas de provocar mudança ao nível cognitivo, rompendo padrões de pensamentos, comportamentos e emoções. O domínio cognitivo tem demonstrado muita relevância nas emoções, sendo uma vertente importante a ter em conta num processo de mudança. Não obstante, a investigação tem demonstrado a importância de ter em conta inúmeros domínios da vida da pessoa, de forma a provocar mudanças mais estáveis e a prevenir o aparecimento das dificuldades novamente.