A premissa das abordagens psicoterapêuticas mais comportamentais é a mudança de comportamentos de forma a provocar melhorias específicas e a alcançar objetivos terapêuticos individuais. Existem inúmeras técnicas do foro comportamental que devem ser ajustadas à própria pessoa e respetivas circunstâncias e cabe ao psicólogo explicar sempre o racional subjacente a cada uma delas. Assim, algumas das estratégias comportamentais podem ser agrupadas em técnicas de ativação comportamental, técnicas de exposição, técnicas de relaxamento e técnicas de treino de competências sociais.

 

Ativação Comportamental

 

A ativação comportamental é uma estratégia muito utilizada no tratamento da depressão e de outras dificuldades ao nível do humor (por exemplo, tristeza, apatia, vazio, ausência de prazer). É uma técnica que ajuda as pessoas a aderirem a atividades com maior probabilidade de trazer sentimentos de prazer e/ou de mestria.

 

Exposição

 

A exposição é considerada a técnica comportamental mais importante no tratamento de ansiedade desregulada, dado que pretende criar a diminuição da intensidade e frequência da ansiedade por processos de habituação. A exposição pode ser realizada ao vivo (exposição a pistas reais temidas) e em imaginação (exposição a pistas reais em imaginação).

 

Relaxamento

 

As técnicas de relaxamento ajudam na redução de stress, de ansiedade e da atividade fisiológica. São estratégias que, usualmente, são dadas como potenciais recursos em momentos de maior ativação, porém, não apresentam tanta eficácia a médio e longo prazo como outras (por exemplo, exposição). Assim, as técnicas de relaxamento são, por exemplo, os exercícios de respiração, o relaxamento muscular progressivo, a visualização e o grounding.

 

Treino de competências sociais

 

O treino de competências socias visa promover a comunicação interpessoal, relações sociais e competências de criar relações. Dentro desta categoria, está inserido o treino da assertividade, o treino de competências de expressão, o treino de competências de escuta, o treino de resolução de problemas e o treino de competências interpessoais, por exemplo.

 

Estas estratégias podem ser um recurso para as próprias pessoas enfrentarem determinados desafios da sua vida. No entanto, a seleção de cada uma das técnicas ou a combinação de várias, mesmo de outros grupos de estratégias de intervenção (estratégias cognitivas, estratégias experienciais, entre outras), devem ser ajustadas às necessidades e preferências individuais e objetivos psicoterapêuticos de cada um. Para além disso, é importante a existência da descrição do racional por detrás de cada estratégia e essa descrição deve ser dada pelo psicólogo que acompanha a pessoa.