Quais são as técnicas experienciais mais usadas pelos psicólogos?
Escrito em 8 de agosto de 2024 • Por Andreia Ramos
As técnicas experienciais podem fazer parte de um processo terapêutico, principalmente, quando as pessoas apresentam alguma dificuldade no acesso à sua experiência interna e emoções, usando as sensações como método de intervenção. Estas técnicas vêm colmatar algumas metodologias mais tradicionais, incluindo a componente afetiva e emocional no processo de mudança. Para tal, recorre-se a estratégias como a afirmação empática, o desdobramento sistemático, a cadeira vazia, o diálogo com duas cadeiras e o recurso a diários, cartas e fotografias.
Afirmação empática
A afirmação empática consiste em exprimir aceitação e validação em relação à experiência da pessoa, facilitando o processamento de uma determinada experiência ou dor. O objetivo centra-se em entender as emoções subjacentes, compreendendo a sua função e importância.
Desdobramento sistemático
Esta estratégia experiencial consiste na reexperiência de uma situação ativadora, com o intuito de identificar aspetos que possam ter escapado à consciência da pessoa. O desdobramento sistemático pretende compreender as causas subjacentes a uma experiência emocional intensa e dar significado à mesma.
Cadeira vazia
A técnica da cadeira é usualmente utilizada para assuntos inacabados. Consiste em colocar alguém (por exemplo, um pai ou mãe ausente) que tenha desempenhado um papel importante no passado da pessoa numa cadeira vazia. O objetivo consiste numa resolução parcial ou total do assunto que perturba a pessoa.
Diálogo com duas cadeiras
Esta técnica consiste na identificação de partes da própria pessoa que estão em conflito interno. Assim, o diálogo com duas cadeiras implica colocar cada uma das partes numa cadeira diferente para facilitar a partilha dos pontos de vista de cada uma. A função principal centra-se em integrar as duas partes de forma mais ajustada na pessoa.
Recurso a diários, cartas e fotografias
Dado o objetivo das técnicas experienciais (isto é, ampliar a experiência emocional e incluir o aspeto afetivo), são utilizadas como técnicas o recurso a diários, cartas e até mesmo fotografias. Assim, pretende-se facilitar a expressão emocional e o processamento de determinadas emoções mais difíceis.
As técnicas experienciais podem fazer sentido para muitos processos psicoterapêuticos, tendo em conta que permitem consolidar ganhos e progressos no domínio emocional. Apresentam inúmera evidência científica e acabam por ser um complemento relevante a metodologias psicoterapêuticas mais tradicionais (como abordagens mais cognitivas e comportamentais). Não obstante, o psicólogo deve ponderar bem a sua utilização, tendo em conta que há a necessidade de uma relação terapêutica (relação entre pessoa e o psicólogo) bem estabelecida e de confiança.