Quando devo procurar ajuda de um profissional de saúde mental?

Escrito em 4 de março de 2024 • Por Andreia Ramos

Imagem simplista de uma relógio a simbolizar quando as pessoas devem procurar ajuda especializada

Existem inúmeros motivos pelos quais as pessoas recorrem a um psicólogo ou a um psiquiatra: podem estar a experienciar desregulação ao nível das emoções (ansiedade, tristeza, raiva) e/ou problemas nos relacionamentos ou no trabalho, querem desenvolver-se do ponto de vista pessoal ou procuram auxílio no ajuste a transições ou mudanças de vida. No entanto, como seres humanos e com as oscilações naturais da vida, muitas pessoas apresentam estas dificuldades em algum momento, havendo a dúvida de quando procurar ajuda. Assim, de forma subjetiva, as pessoas devem procurar ajuda quando o sofrimento é elevado, quando as dificuldades se alastram para vários domínios da sua vida e quando as dificuldades estão a prejudicar significativamente em algum contexto.

 

Quando o sofrimento é elevado

 

As pessoas devem recorrer a ajuda especializada se sentirem que estão a experienciar níveis elevados de sofrimento e um mal-estar significativo. As dificuldades psicológicas têm uma tendência a complexificar-se, provocando na pessoa sensações de angústia, preocupação e de vazio. Assim, a resposta psiquiátrica e/ou psicológica permite atuar na diminuição do sofrimento quer ao nível da frequência quer ao nível da intensidade.

 

Quando as dificuldades se alastram

 

Para além de as dificuldades poderem ser mais frequentes e intensas, também há uma tendência de se irem transferindo para outros contextos da vida. Por exemplo, o stress no trabalho começa a surgir no contexto de casa ou dificuldades nos relacionamentos familiares começam a surgir no relacionamento amoroso. Este alastramento também pode implicar uma necessidade mais imediata de avaliação por um profissional de saúde mental.

 

Quando há prejuízo e consequências negativas

 

Um dos fatores que pode ser importante ser tido em consideração é se as dificuldades começam a prejudicar severamente a pessoa ou as pessoas à sua volta. Este aspeto também é indicador de uma complexificação dos sintomas, dado que há tendência para as pessoas começarem a experienciar consequências negativas nos seus contextos (por exemplo, amigos mais afastados, menos tempo de lazer).

 

Apesar de o “quando” da procura de ajuda ser subjetivo, é importante ter em consideração quando algo pode ser mais do que “uma fase má”. Os sintomas psicológicos são sintomas complexos que, caso não tenham uma avaliação e acompanhamento especializados, poderão comprometer severamente a vida da pessoa e piorar o prognóstico inicial. Assim, é crucial uma identificação de sinais precoces para uma avaliação especializada, evitando níveis tão elevados de sofrimento, de transferência e de consequências negativas.