A Programação Neurolinguística (PNL) é um modelo que gera muita controvérsia na psicologia, dada a sua difícil concetualização e compreensão. A PNL foi criada com base na observação de psicoterapeutas com os seus clientes e assenta na ligação entre processos neurológicos (“neuro”), linguagem (“linguística”) e padrões de comportamento (“programação”). Tem como premissa que os indivíduos experienciam subjetivamente o mundo e criam representações internas das suas experiências através dos sentidos e da linguagem. No entanto, a controvérsia vem dos seguintes pontos:

 

Problemas na concetualização

 

Apesar da existência de inúmeros livros e informações acerca da PNL, a sua definição ainda se encontra muito vaga, sendo difícil identificar os princípios teóricos e práticos subjacentes à sua concetualização. Mediante esta redundância, é complexo compreender a PNL como teoria e como técnica psicológica.

 

Evidência escassa

 

Inúmeros investigadores que tentaram comprovar as evidências da utilização da técnica, mostraram ineficácia ou pouca robustez na análise de dados. A investigação e a ciência necessitam de critérios específicos para avaliar a eficácia e segurança de uma técnica e, tendo em conta a investigação até ao momento, não é possível demonstrar a PNL como uma técnica empiricamente validada.

 

PNL não é psicoterapia

 

Tendo em conta que a PNL não está cientificamente validada, a mesma não pode ser usada como ferramenta psicoterapêutica. Apesar de estar muito associada ao coaching e ao desenvolvimento pessoal, a PNL não deve ser utilizada, sendo contra o rigor científico subjacente a todas as intervenções psicológicas validadas até ao momento.

 

Apesar de ser um conceito amplamente falado no que diz respeito ao desenvolvimento pessoal e à influência de pessoas, há inúmeros aspetos da PNL que se constituem como preocupantes para a comunidade científica a assumir como prática psicoterapêutica. Desta forma, aquando da potencial avaliação dos efeitos positivos da PNL, pode ser necessária uma reflexão crítica quanto às suas lacunas atuais que não se encontram colmatadas desde a criação da PNL na década de 70.

 

Referências: Programação Neurolinguística (PLN; Parecer Ordem dos Psicólogos Portugueses)