Posso recomendar o meu psicólogo?

Escrito em 30 de julho de 2025 • Por Andreia Ramos

Imagem simplista de Andreia Ramos a simbolizar as nuances de recomendar o próprio psicólogo

De uma forma geral, não há problema na recomendação do próprio psicólogo a um familiar, amigo ou conhecido. Principalmente, quando as pessoas estão a ter ou tiveram uma experiência psicoterapêutica positiva, é comum fazerem esse tipo de recomendação e posterior encaminhamento. No entanto, em alguns casos, não é recomendado o acompanhamento de pessoas próximas pelo mesmo psicólogo, dado a elevada possibilidade de gerar conflito de interesse e de ruturas na terapia, afetando por consequência a eficácia das consultas.

 

Impossibilidade de acompanhamento de alguém próximo

 

Quando as pessoas fazem a referenciação, é necessário ter em conta que, do ponto de vista ético, um psicólogo não pode acompanhar pessoas muito próximas. Por exemplo, um psicólogo vai ter dificuldade em manter a sua objetividade se acompanhar dois membros de um casal, pai/mãe e filho/filha ou até amizades próximas. Desta forma, eticamente, não é possível acompanhar duas pessoas com muita proximidade.

 

Identificação das problemáticas para a terapia

 

Se o motivo de as pessoas procurarem terapia for relacionado, mesmo que possam estar afetivamente mais afastadas, também não é aconselhável o acompanhamento pelo mesmo psicólogo. Por exemplo, dois amigos que tendem a entrar em conflito ou pessoas com graus de parentesco mais afastados mas com situações gatilho relacionadas. Assim, tudo o que pode influenciar negativamente a terapia pessoal, deve ser cautelosamente ponderado.

 

Conforto de ambas as partes

 

Assim, se as pessoas não tiverem uma ligação muito próxima e comum de se falar em terapia (por exemplo, pais, irmãos, companheiros) e se as problemáticas para as consultas não estiverem relacionadas, o psicólogo pode ter os critérios para iniciar o acompanhamento com a segunda pessoa. No entanto, é importante que ambas as pessoas estejam confortáveis com isso e que se sintam seguras quanto à confidencialidade das suas consultas, mesmo com o acompanhamento paralelo de uma pessoa conhecida.

 

A referenciação de um psicólogo é comum e, sendo a área da psicologia diferente de outras áreas, é relevante serem verificados os limites éticos do psicólogo e o conforto de cada uma das pessoas. Eticamente, algumas pessoas próximas não podem/devem ser acompanhadas pelo mesmo psicólogo. Porém, após a discussão da situação específica com o psicólogo e com o conforto assegurado por ambas as partes, o início da terapia por referenciação pode ser possível. Caso não seja possível e se a pessoa quiser, o psicólogo pode proceder ao encaminhamento para outro colega psicólogo.

 

Referências: Should You Recommend Your Therapist to a Friend?