A Perturbação do uso de Substâncias é um diagnóstico de saúde mental que engloba o consumo de drogas como o álcool, cannabis, alucinogénios, inalantes, opioides, estimulantes, tabaco, entre outros. A mesma é diferente do consumo de substâncias na medida em que a perturbação consiste num padrão patológico de comportamentos relacionados com a substância, dada a alteração dos circuitos cerebrais. Mais especificamente, esta perturbação é constituída por défice de controlo, disfunção social, uso de risco e critérios farmacológicos.

 

Défice de controlo

 

O défice de controlo consiste num consumo em quantidades superiores às originalmente pretendidas. Apesar de esforços, as pessoas com perturbação do uso de substâncias apresentam uma dificuldade significativa em reduzir ou descontinuar a utilização da substância. Em situações mais complexas, pode existir um desejo intenso de consumo (craving), principalmente, em ambientes associados ao mesmo.

 

Disfunção social

 

A disfunção social constitui-se na falência em cumprir funções importantes no trabalho, na escola ou em casa. Desta forma, o uso da substância pode causar uma diminuição ou um abandono das atividades sociais, recreativas ou ocupacionais.

 

Uso de risco

 

O consumo de risco significa a utilização recorrente da substância de forma fisicamente perigosa. Nestes cenários, a utilização pode ser um risco para uma condição física ou psicológica existente, apesar do conhecimento da pessoa.

 

Critérios farmacológicos

 

Os critérios farmacológicos são uma necessidade do aumento da dose da substância para obter o efeito desejado, fruto de um processo de tolerância à droga. Para além disso, a abstinência também se enquadra nos critérios farmacológicos, sendo um quadro de sintomas consequentes da não utilização da substância o que, por conseguinte, resulta no consumo para alívio dos sintomas.

 

O consumo de uma substância reforça o sistema de recompensas cerebral de uma forma disfuncional, tal como noutras adições como o jogo. Com o uso recorrente, o padrão de consumo tende a ficar mais complexo, trazendo inúmeros prejuízos pessoais, sociais e profissionais para a vida de uma pessoa. Desta forma, é necessário a procura de ajuda médica e/ou psicológica, de forma a salvaguardar a integridade física e psicológica da pessoa que consome substâncias.

 

Referências: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5)