Devo começar consultas de psicologia no início do ano?
Escrito em 2 de dezembro de 2024 • Por Andreia Ramos
O início do Ano Novo consiste numa altura propícia a alguma introspeção – isto é, a uma avaliação subjetiva de como o ano correu o que, por consequência, pode levar à identificação de alguns aspetos a melhorar. No início do ano, muitas pessoas acabam por querer iniciar desporto, ter uma melhor alimentação, deixar algum hábito menos saudável ou iniciar terapia, por exemplo. Desta forma, existem pessoas que iniciam terapia nesta altura em específico, sendo a mudança de ano um impulsionador para a tomada de decisão efetiva.
Desafios comuns às resoluções de Ano Novo
Infelizmente, as resoluções de Ano Novo apresentam uma taxa de sucesso inferior ao que seria de esperar. O início da terapia e o continuar da terapia apresentam inúmeros obstáculos (por exemplo, obstáculos financeiros, obstáculos na gestão das sessões com os restantes afazeres do dia-a-dia). Desta forma, é importante compreender os impedimentos do passado para iniciar as consultas e como se podem ajustar as circunstâncias de vida para a manutenção deste objetivo.
A importância da consistência
As mudanças implicam consistência e o mesmo acontece nas consultas de psicologia. Tal como ninguém fica saudável fisicamente por ter uma refeição rica em nutrientes ou por ir uma vez ao ginásio, o mesmo acontece com a terapia. Para além do passo para dar início ao processo, os resultados obtêm-se com consistência por parte da pessoa (por exemplo, manter a regularidade das consultas, colaborar com o psicólogo). Não é apenas um compromisso de um momento inicial, deve ser percecionado como um compromisso a médio prazo.
Não há alturas erradas para começar terapia
O processo psicoterapêutico pode ser iniciado em múltiplas ocasiões e, usualmente, envolve algum tipo de gatilho que impulsiona para a mudança. Assim, as pessoas podem começar consultas de psicologia em múltiplos momentos (por exemplo, aniversário, mudança de trabalho, discussão com alguém próximo, Ano Novo), sendo todos os impulsionadores válidos. O objetivo é que a pessoa encontre o que realmente precisa no espaço psicoterapêutico.
Assim, apesar de o início do ano poder funcionar como um gatilho para iniciar consultas de psicologia, é relevante ter em consideração que o sucesso psicoterapêutico está dependente da consistência da própria pessoa e a consistência está dependente da gestão dos obstáculos não só para iniciar a intervenção como também para a manter. De qualquer das formas, os aspetos supramencionados podem ser transversais a qualquer altura do ano ou fase de vida.