A investigação tem mostrado que a definição de objetivos terapêuticos tem um efeito positivo na mudança de comportamento. Estes objetivos são constituídos por estados ou eventos futuros que a pessoa deseja que aconteçam que ajudam a delinear o processo terapêutico. Para além de poderem ser imediatos (“ligar a alguém esta noite”) ou mais distantes (“ter um amigo próximo”), também podem ser relacionados com o tratamento psicoterapêutico ou com a vida da pessoa em geral. Não obstante, para a produção de mudança positiva, os objetivos devem ser específicos, concretos e mensuráveis.

 

Objetivos específicos

 

Quanto mais geral for um objetivo psicoterapêutico delineado, mais difícil é para a pessoa reconhecer se o está a alcançar ou não. Por exemplo, o objetivo “quero ser feliz” acaba por não ser específico porque implica inúmeros aspetos da vida da pessoa e é demasiado generalista. Por isso, é importante perceber o que a pessoa acha que a vai deixar feliz e usar esses aspetos como objetivos específicos. Por exemplo, se uma pessoa quer emagrecer, o objetivo específico pode ser “quero perder 10kg” ou se uma pessoa quer ter mais liberdade financeira, o objetivo pode ser “quero gerir melhor o meu dinheiro”.

 

Objetivos concretos

 

Para além de serem específicos, os objetivos devem ser concretos. Ou seja, é importante compreender que comportamentos indicam que o objetivo está a ser cumprido e os comportamentos que indicam que o objetivo não está a ser cumprido. Por exemplo, no objetivo específico “quero perder 10kg”, podem inserir-se como objetivos concretos “fazer exercício físico regular” e “fazer melhores escolhas alimentares” e no objetivo específico “quero gerir melhor o meu dinheiro”, os objetivos concretos podem ser “ter uma conta poupança com x dinheiro” e “ter x dinheiro investido”. Estes comportamentos em específico são indicadores do alcance do objetivo.

 

Objetivos mensuráveis

 

Por fim, devem ser pensados os passos necessários para o objetivo ser cumprido, após se delinear a mudança que se pretende e os comportamentos que indicam o sucesso. Assim, estas etapas devem ser promotoras dos objetivos concretos acima definidos. No primeiro exemplo, para perder peso pode ser importante “inscrição num ginásio”, “ir a uma consulta de nutrição” e “treinar às segundas, quartas e sextas”. No segundo exemplo, os passos podem ser “criar conta poupança”, “poupar x euros por mês” e “pesquisar métodos de investimento”.

 

A definição de objetivos específicos, concretos e mensuráveis permitem com que a pessoa saiba exatamente os passos necessários para alcançar o que pretende, não permanecendo o processo de mudança no abstrato e no vago. A investigação tem demonstrado a importância da discussão dos objetivos em contexto psicoterapêutico, dado que a sensação de alcance de pequenos passos promove uma mudança mais consciente e provável de acontecer em escala maior. Não só nos objetivos psicoterapêuticos, nos objetivos mais relacionados com a vida pessoal, familiar, social ou profissional, é importante ter em consideração esta definição.