Qual é a periodicidade das consultas de psicologia?

Escrito em 19 de abril de 2024 • Por Andreia Ramos

Imagem simplista de Andreia Ramos a simbolizar a periodicidade das consultas de psicologia através de um calendário

As consultas de psicologia implicam sempre periodicidade, tendo em conta que o processo psicoterapêutico não provoca ganhos nem progressos imediatos. Desta forma, a periodicidade deve ser sempre um tema a abordar na primeira consulta de psicologia, sendo importante encontrar um equilíbrio entre necessidades das consultas e as necessidades da própria pessoa. Na maioria das situações, as pessoas obtêm melhorias nas consultas semanais e quinzenais, sendo que os ganhos em consultas mais espaçadas têm tendência a ser muito mais ligeiros e a comprometer a eficácia da psicoterapia. Assim:

 

As consultas devem ser semanais ou quinzenais

 

A eficácia da psicoterapia está demonstrada em inúmeras investigações científicas, porém, há condições mais favoráveis ao sucesso terapêutico e condições menos favoráveis. As consultas semanais ou quinzenais, apesar de implicarem um maior investimento financeiro e de tempo por parte das pessoas, acaba por ser a periodicidade que apresenta maior evidência e melhores resultados.

 

As consultas mensais só devem ser ponderadas após melhorias

 

Idealmente, as consultas semanais ou quinzenais devem-se manter até a observação de melhorias significativas, permitindo o espaçamento das consultas. Desta forma, as consultas mensais, no geral, apenas devem ser utilizadas em fases mais tardias do processo terapêutico, permitindo à pessoa uma preparação para a alta das consultas.

 

As consultas espaçadas não trazem os resultados esperados

 

Tendo em conta o supramencionado, idealmente, um processo inicia-se com sessões todas as semanas ou de quinze em quinze dias e, após um período muito variável de tempo, deverão ser espaçadas de mês a mês. Quando o processo se inicia na periodicidade mensal, muitos fatores estão a ser comprometidos para o sucesso terapêutico (por exemplo, maior dificuldade no estabelecimento de uma relação terapêutica segura, mais dificuldade em conhecer a pessoa, muitos eventos e situações entre consultas). Desta forma, apesar de o investimento (financeiro e de tempo) ser menor, as pessoas acabam por ou ter melhorias apenas muito ligeiras ou, muitas vezes, por não sentir qualquer progresso.

 

Assim, apesar de toda a base científica que suporta a psicologia e a psicoterapia, existem aspetos cruciais que irão facilitar ou dificultar o sucesso psicoterapêutico. A periodicidade é um dos fatores que pode ter um efeito negativo, pois limita a intervenção do psicólogo em todas as suas vertentes. Assim, é importante considerar que as consultas iniciais na periodicidade mensal podem não ser consideradas um investimento com grandes benefícios. Não obstante, podem existir problemáticas clinicamente não significativas que não requeiram um acompanhamento tão sistemático, porém, consideram-se mais como exceções.