O processo terapêutico não é algo linear e as melhorias não acontecem de forma rápida e sequencial. O mesmo é constituído por altos e baixos, mais especificamente, por progressos e recaídas e, por vezes, é necessário ajustar as expectativas das pessoas que procuram acompanhamento para não resultar em frustração e, por consequência, em desistências do processo. No entanto, há alguma dificuldade na distinção entre um processo terapêutico que está a passar por maiores dificuldades e um processo que não está a trazer benefícios para a pessoa, originando dúvida acerca da manutenção ou desistência das consultas.

É usual as pessoas que iniciam um processo terapêutico, esperarem por conselhos do psicólogo para lidar com alguma situação, decisão ou problema. Dado que a psicologia é uma ciência, os conselhos devem ser evitados, pois podem ter uma base opinativa e não sustentada no que a ciência tem evidenciado. Para além disso, tendo em conta que cada pessoa está num processo muito individual, os conselhos podem criar a ideia de que o psicólogo sabe o que é melhor em detrimento da própria pessoa. Assim, o objetivo da psicoterapia é dotar a pessoa de conhecimentos acerca dela própria e do respetivo funcionamento e contexto, de forma determinar objetivamente o que a pessoa quer fazer e que decisões pretende tomar.

Quando as pessoas procuram as consultas de psicologia, procuram algum tipo de progresso ou melhoria em algum aspeto da sua vida. Apesar dos resultados e das melhorias não serem imediatos com recurso a consultas de psicologia, tanto os psicólogos como as próprias pessoas que estão a ser acompanhadas necessitam de formas objetivas ou subjetivas de avaliar a eficácia que as consultas de psicologia estão a ter no bem-estar da pessoa em questão. Assim, esta “medição”/avaliação pode ser realizada através de avaliações formais com recurso a questionários ou ferramentas semelhantes, da observação clínica e da própria perceção da pessoa.

Cada país apresenta critérios específicos para configurar alguém como psicólogo, dependendo da forma de como a profissão é regulamentada. Em Portugal, um psicólogo precisa de passar por algumas etapas para a atribuição do título profissional, com vista a salvaguardar as pessoas que procuram por consultas de psicologia, prevenindo o exercício de más condutas profissionais. Assim, uma pessoa em Portugal precisa de um curso superior na área da psicologia (incluindo o Mestrado) e a entrada na Ordem dos Psicólogos Portugueses (Estágio Profissional e Formação Inicial).

Os psicólogos seguem um código de ética e deontológico que permite proteger as pessoas que acompanham tendo sempre em conta os seus maiores interesses. A regulamentação da profissão, em específico, garante que as pessoas se sintam confortáveis em se sentir vulneráveis no contexto de consultas, sem medo de que a respetiva informação seja partilhada com alguém. Assim, a confidencialidade é essencial não só para um bom desenvolvimento do processo como também para a relação terapêutica entre o psicólogo e cliente. Desta forma, a pessoa pode estar segura de que as suas informações irão estar salvaguardadas por um psicólogo. Não obstante, há situações em que a confidencialidade pode/deve ser quebrada e as pessoas devem ser avisadas dessas exceções antes do processo terapêutico.